A expressão Atenção Farmacêutica foi inicialmente
discutida no consenso brasileiro de Atenção Farmacêutica em 2002, a partir de discussões
capitaneadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), OMS, Ministério da
Saúde, entre outros. A resultante desse encontro foi o conceito de Atenção
Farmacêutica:
“um modelo de prática farmacêutica,
desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes,
valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e
corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde,
de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com
o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados
definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta
interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitada as
suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações
de saúde” (OPAS,2002a).
A finalidade da atenção farmacêutica é proporcionar
efetividade do tratamento medicamentoso. Esclarece a Organização Mundial da
Saúde que é uma prática profissional cujo maior o beneficiado é o paciente pelas
intervenções do farmacêutico. Esse modelo de atividade profissional inclui uma
somatória de atitudes, conhecimento técnico, e habilidades na prestação da
farmacoterapia, com o escopo de atingir uma terapêutica eficiente e segura e
que possa fornecer informação, prevenção, e solucionar um problema relacionado com
medicamentos (PRMs), prevalecendo à saúde e a qualidade de vida do paciente
(OLIVEIRA et al., 2005).
Esta
prática farmacêutica contribui significativamente para o uso adequado e racional
dos medicamentos, na medida em que existe um acompanhamento e análise da terapia
medicamentosa empregada individualmente de forma a garantir a necessidade, a
segurança e a efetividade no processo de uso dos medicamentos, otimizando a
farmacoterapia (FAUS; MARTINEZ, 1999).
ESTUDOS DE CASOS COM A INTERVENÇÃO
FARMACÊUTICA NO CONTROLE DO DIABETES:
ESTUDO 01 - O gerenciamento do farmacêutico clínico de
pacientes diabéticos tem sido bem justificada, mas há uma falta de pesquisa que
avalia o impacto do farmacêutico na atenção ao diabetes comparado aos cuidados
médicos no padrão American Diabetes Association (ADA) com controle da
hemoglobina (HbA1C). Foi realizado estudo retrospectivo com 98 pacientes
diabéticos gerenciados por um farmacêutico clínico com pelo menos duas medições.
Foi utilizado o portal de saúde militar para identificar um grupo similar de
pacientes de cuidados primários (n=90). O grupo controlado por farmacêutico
ocorreu uma redução de 1,6% em HbA1c. Redução da pressão diastólica e sistólica,
redução LDL-c enquanto o grupo de cuidados habituais um redução de 0,8% HbA1C e
os outros parâmetros ocorre uma redução mais modesta. Concluiu-se que o gerenciamento do diabetes
por farmacêutico atende melhora os critérios da American Diabetes Association e
promove inúmeros benefícios aos pacientes (WALLGREN; BERRY-CABANA; BOWERS, 2012).
ESTUDO 02 – Estudo de revisão de literatura avaliou 27
estudos onde ocorreu interferência do farmacêutico e os efeitos na hemoglobina
glicada HbA1C em diabéticos. Em todos os
estudos ocorreu sucesso na redução da HbA1C e no geral as intervenções
farmacêuticas foram bem sucedidas em melhorar o perfil lipídico dos pacientes ,
os desfechos cardiovasculares, o índices de massa corporal (BMIs), e redução de
outras complicações associadas com a doença. Também foi relatado vantagens econômicas quando a gestão é
associada a um farmacêutico no diabetes (HASSALI et al., 2015).
A atenção farmacêutica encontra ressonância no momento
atual para florescer como resposta a uma necessidade social cujo modelo adotado
sofre forte mudança para atender ao paciente de forma integral e com a terapia
medicamentosa compartilhada.
No Brasil, esta atividade
ainda é incipiente e alguns fatores dificultam sua implantação, a dificuldade
no acesso a medicação por pacientes usuários do sistema público de saúde, e falta de conhecimento do
gestor público do potencial do farmacêutico como promotor de saúde pública.
Fonte: Moura, Antonio de Padua de S., Contribuição da atenção farmacêutica no Diabetes, 2015. (a publicar artigo na integra).
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