domingo, 23 de outubro de 2016

CONTRIBUIÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO DIABETES

A expressão Atenção Farmacêutica foi inicialmente discutida no consenso brasileiro de Atenção Farmacêutica em 2002, a partir de discussões capitaneadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), OMS, Ministério da Saúde, entre outros. A resultante desse encontro foi o conceito de Atenção Farmacêutica:

“um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitada as suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde” (OPAS,2002a).

A finalidade da atenção farmacêutica é proporcionar efetividade do tratamento medicamentoso. Esclarece a Organização Mundial da Saúde que é uma prática profissional cujo maior o beneficiado é o paciente pelas intervenções do farmacêutico. Esse modelo de atividade profissional inclui uma somatória de atitudes, conhecimento técnico, e habilidades na prestação da farmacoterapia, com o escopo de atingir uma terapêutica eficiente e segura e que possa fornecer informação, prevenção, e solucionar um problema relacionado com medicamentos (PRMs), prevalecendo à saúde e a qualidade de vida do paciente (OLIVEIRA et al., 2005).


Esta prática farmacêutica contribui significativamente para o uso adequado e racional dos medicamentos, na medida em que existe um acompanhamento e análise da terapia medicamentosa empregada individualmente de forma a garantir a necessidade, a segurança e a efetividade no processo de uso dos medicamentos, otimizando a farmacoterapia (FAUS; MARTINEZ, 1999).

ESTUDOS DE CASOS COM A INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NO CONTROLE DO DIABETES:

         ESTUDO 01O gerenciamento do farmacêutico clínico de pacientes diabéticos tem sido bem justificada, mas há uma falta de pesquisa que avalia o impacto do farmacêutico na atenção ao diabetes comparado aos cuidados médicos no padrão American Diabetes Association (ADA) com controle da hemoglobina (HbA1C). Foi realizado estudo retrospectivo com 98 pacientes diabéticos gerenciados por um farmacêutico clínico com pelo menos duas medições. Foi utilizado o portal de saúde militar para identificar um grupo similar de pacientes de cuidados primários (n=90). O grupo controlado por farmacêutico ocorreu uma redução de 1,6% em HbA1c. Redução da pressão diastólica e sistólica, redução LDL-c enquanto o grupo de cuidados habituais um redução de 0,8% HbA1C e os outros parâmetros ocorre uma redução mais modesta.  Concluiu-se que o gerenciamento do diabetes por farmacêutico atende melhora os critérios da American Diabetes Association e promove inúmeros benefícios aos pacientes (WALLGREN; BERRY-CABANA; BOWERS, 2012).

ESTUDO 02 –  Estudo de revisão de literatura avaliou 27 estudos onde ocorreu interferência do farmacêutico e os efeitos na hemoglobina glicada HbA1C em diabéticos.  Em todos os estudos ocorreu sucesso na redução da HbA1C e no geral as intervenções farmacêuticas foram bem sucedidas em melhorar o perfil lipídico dos pacientes , os desfechos cardiovasculares, o índices de massa corporal (BMIs), e redução de outras complicações associadas com a doença. Também foi relatado  vantagens econômicas quando a gestão é associada a um farmacêutico no diabetes (HASSALI et al., 2015).

A atenção farmacêutica encontra ressonância no momento atual para florescer como resposta a uma necessidade social cujo modelo adotado sofre forte mudança para atender ao paciente de forma integral e com a terapia medicamentosa compartilhada.

No Brasil, esta atividade ainda é incipiente e alguns fatores dificultam sua implantação, a dificuldade no acesso a medicação por pacientes usuários do sistema público de saúde, e falta de conhecimento do gestor público do potencial do farmacêutico como promotor de saúde pública.

Fonte: Moura, Antonio de Padua de S., Contribuição da atenção farmacêutica no Diabetes, 2015. (a publicar artigo na integra).




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